quinta-feira, 28 de junho de 2012

Não basta apenas dizer: eu te amo.

PARA WANESSA, COM TODO AMOR QUE ESTAS PALAVRAS POSSAM CARREGAR...

Dizer apenas "eu te amo" já não basta, já não é mais suficiente para expressar o que sinto por você. Mas, como falar de algo que raramente encontramos palavras adequadas para descrever; como falar de algo que não se explica, não se compreende, mas, apenas se sente. Talvez, seja esta a minha grande dificuldade no nosso relacionamento: minhas palavras, justamente elas, meu instrumento de profissão, são insuficientes, precárias, parcas para verbalizar o que sinto por você. Gestos, ações, mudanças de comportamento, as vezes tão cobradas, talvez apontasse uma direção, mas não consigo ser forçado. Talvez, isso demonstrasse um pouco do meu imenso amor por você, e sei o quanto você adoraria essa demonstração todos os dias, todas as noites, a qualquer momento em que estejamos juntos, agora mais que ontem e, certamente, amanhã mais que hoje. Mas, não está ao seu lado, sempre, fisicamente com demonstrações e ações não significa que não a ame ou que a ame menos ou que a deixei de amar. Não, ao contrário, a amo cada vez mais, com a certeza do para sempre presente em cada instante. Instantes em que, estando juntos ou distantes, sua presença em mim é cada vez maior e mais forte, cada vez mais presente. Você faz parte de mim, de uma forma tal que não existe mais eu sem você. Você está em mim desde o momento em que nossas solidões se cruzaram num gélido recanto do Recife para dar origem a nosso amor. Solidão compartilhada. Amor único, meu e seu, nosso. Amor sem tamanho, sem fronteiras, sem preconceito. Amor que transborda, que esborra, que contagia, que nos transforma. E como você me transformou, como aquilo de você que está em mim tornou-me melhor, mais humano, mais alegre e feliz. Foi com você e por você que algumas palavras passaram a fazer sentido, talvez, de forma definitiva no meu vocabulário: amor, família, saudade, carinho, paixão, ternura, meiguice, emoção. Não que não conhecesse estas palavras antes. Não que elas não significassem nada ou fossem vazias de sentido, mas você as completou, ajudou-me a imprimir novos e outros sentidos a elas, não só sentidos, mas também sentimentos que pouco conhecia ou havia experimentado até então. E como experimentamos todas essas coisas juntos, como é bom estar sempre ao seu lado descobrindo coisas novas, inventando coisas novas, nos inventando como amantes a cada dia, a cada transa, a cada rusga, a cada beijo. Você me completa e desperta o que há de melhor em mim. Você entrou na minha história, você transformou a minha história, a minha história de amor. E na falta de palavras mais adequadas termino dizendo: eu te amo. Mas, este não é qualquer eu te amo. É um eu te amo carregado de todo o sentimento de amor do mundo ou ao menos daquele que posso carregar dentro de mim e transborda-lo pra você. Eu só sou com você. TE AMO, WANESSA.

Weslley "Safadão" e o novo estilo pensadores de facebook.

           Quando Weslley "safadão" vem se transformar em parâmetro para a juventude, com suas "frases" e "pensamentos" sendo compartilhados, curtidos e twitados é porque alguma coisa vai mal, ou melhor, mal não, péssimo. Não sou daqueles que gritam crise, principalmente quando se trata de valores e gostos; mas, vejamos e convenhamos, isto já é o cúmulo do absurdo, da falta de um mínimo de postura crítica na condução de si. Representa uma "alienação" atroz na construção da subjetividade, um assujeitamento sem tamanho e despropositado ao mais vazio dos mundos.

O Sentimentalismo "brega" dos anos 70 e 80.

         Procurando algumas coisas no youtube, me deparei com esta música do Fernando Mendes...uma composição e uma música que me remetem a um tempo em que a chamada música brega cantava as desilusões, os amores, os dissabores, as paixões e ilusões de uma vida a dois, os amores possíveis e impossíveis...músicas imersas num sentimentalismo profundo, piegas as vezes, mas que embalavam corações e mentes apaixonados, que serviram de alento para o sofrimento de alguns ou de lembrança das dores de amor de muitos outros. Fernando Mendes, Odair José, Barros de Alencar e tantos outros que faziam da música brega algo bem diverso daquilo que temos hoje...

O ocaso da mídia nacional e sua construção como "partido político" conservador.

             O Brasil tem hoje um dos piores jornalismos de todo o mundo, tanto à "esquerda" quanto à "direita". E não precisa se fazer uma pesquisa científica para se constatar isto. Não. Basta apenas lermos os nossos jornais mais "renomados", as nossas "revistonas", que mais parecem panfletos políticos, e assistirmos aos nossos noticiários, matutinos, vespertinos ou noturnos, da emissora que quisermos, para constatarmos o óbvio: são mais do mesmo, e todos de péssima qualidade. Pautados pela cretinice, pelo corporativismo mesquinho e intransigente com o contraditório, enxergando e defendendo como realidade paupável muito mais os interesses dos grupos que os controlam do que a própria realidade que deveriam noticiar. 
             Promiscuidade, corporativismo, denuncismo, conservadorismo, reacionarismo, sabotagem, arapongagem, interesses privados e privatistas, facismo, pedantismo, neoliberalismo, ódio, preconceito - contra pobre, preto, gay, nordestino, viciados, estudantes e todo tipo de excluídos. São estes alguns dos "valores éticos" que constituem nosso atual jornalismo e nossa mídia como um todo. Nosso país seria bem melhor sem a sua presença, sem a sua diuturna torcida contra, sem o jogo sujo que seus editores fazem todos os dias, o dia todo para sabotarem o momento histórico diferenciado que estamos vivendo. Isto por que são adeptos do quanto pior melhor, melhor para seus interesses, para a preservação de seus privilégios, de seus lugares sociais, hoje, profundamente ameaçados, de eternos "donos do poder", de "senhores da casa grande". Ecoam as vozes de sabujos renitentes que encontram na mídia, talvez, seu último espaço concreto de poder, seu último bastião, seu único chão. Chão emporcalhado e vil. Não fosse a internet, já teriam dado o golpe mais uma vez, por que tentar eles tentam todos os dias (o Paraguai está ai como exemplo).
             Não sou muito a favor dos procedimentos do Zé Dirceu, mas nisto ele tem razão (leia o que el diz aqui: http://brasil247.com/pt/247/midiatech/61259/Regulamenta%C3%A7%C3%A3o-de-m%C3%ADdia-e-princ%C3%ADpios-constitucionais.htm): a nossa mídia precisa de um marco regulatório urgente. Ela não pode continuar se achando acima do bem e do mal e, sobretudo, das leis de nosso país. É preciso destituí-la daquele lugar a que ela se arvora, a de grande fiscalizadora da coisa pública e zelosa defensora da moralidade e da ética, o que no seu discurso, lhe garantiria, essa condição especial de estar acima da lei. Como historiador e como cidadão, não lembro que, em momento algum de nossa história, o "povo brasileiro" tenha lhe outorgado este poder ou lhe  conferido esta prerrogativa. Seu papel é noticiar, de forma plural e democrática, ouvindo todos os lados envolvidos e não de forma unilateral e antidemocrática como sempre fez. A mídia não é partido político, por mais que queira se portar como tal. Regulação já.

O esperneio dos moribundos.

           Assistimos atualmente na sociedade brasileira o esperneio dos moribundos. Herdeiros da ditadura e da lógica Casa Grande & Senzala esperneiam diante da nova realidade social que constitui o nosso país. Vendo seus antigos lugares de poder tragados pelas forças tectônicas da História, vendo seus braços e tentáculos no Estado sendo cortados ou diminuídos, vendo sua influência sobre a sociedade e sobre a formação daquilo que chamavam "opinião pública" evanescerem, tem como último ato o esperneio. Vivem uma crise profunda. Sem identidade, sem discurso, sem palanque, sem credibilidade. 

             Desde a eleição de Lula em 2002 minguaram politicamente, não têm mais quadros nacionais, não têm mais discurso, quem dera um projeto de nação. DEM, PSDB e PPS, é nisto que se resume politicamente os herdeiros da Ditadura. A cada eleição sendo reduzidos, São Paulo e seu conservadorismo é seu último grande reduto, mas apenas uma parte de São Paulo. O deus mercado e sua lógica neoliberal, um dos discursos que lhes dava sustentação e lhes gerou dividendos políticos, sobretudo na década de 90 do século passado, está em crise letal, como eles também esperneia para não morrer por seus próprios termos. O fanatismo neoliberal levou o mundo a uma das maiores crises de sua história, talvez igual a de 1929, reacendeu o fogo dos facismos, das extremas direitas, dos racismos de Estado. A todo dia as pessoas se apercebem dessa lógica perversa, ainda veementemente defendida pelos sectos neoliberais de nosso país, incrustados, sobretudo, na mídia tradicional. Esta também esperneia, vive uma crise de credibilidade sem precedentes, não tem mais a prerrogativa de principal meio de informação e entretenimento...as vozes se pluralizaram com a Internet, com os blogs, com as redes sociais. Além do mais, como herdeiros e filhos diletos da ditadura sua grade conceitual de análise da atual sociedade continua sendo a mesma da ditadura, do período da guerra fria, tento substituído apenas o que chamavam de ameaça comunista pela ameaça "lulo-petista". 
          Ai está um dos motivos da perda de credibilidade, dos lugares de poder e da influência da direitona sobre nossa atual sociedade...ela é um ser estranho em seu meio, não a compreende, pois nunca quis e não quer pertencer a ela, tem o espírito e o pensamento em Miame. E como todo corpo estranho dentro de um corpo com sistema imunológico forte, soberano, democrático, como o é o da nossa atual sociedade, sofre a pressão para ser posto pra fora, para ser expelido. Expelido por uma sociedade que quer acertar as contas com seu passado, com toda essa herança maldita da ditatura que ainda entrava o nosso crescimento e o nosso desenvolvimento como nação. Um vírus que a cada ano que passa se mostra mais fraco, mas que continua a espernear como que dando seus últimos suspiros...tentando modificar, aqui e ali, seu DNA para continuar parasitando a nossa sociedade. Os últimos acontecimentos mostram como esta parcela de nossa sociedade, mesmo sem se reconhecer como tal, ainda está articulada, unida...mas, cada vez estão mais fracos, mais encurralados nas tramas de sua própria armadilha.

Cronica dos tempos de Facebook e twitter: quando parecer intelectual virou moda?

                  Ahhh esses tempos de facebook, de twitter, de blogs; enfim, de internet...ele nos faz ver e pensar cada coisa...umas absurdas, ridículas outras sérias, extremamente sérias. Tempos de uma informação rápida, veloz, de efeito fulminante; mas, quando nos damos conta, quando conseguimos ruminá-la a contento ela já passou, é velha, mais um pouquinho objeto de museu, um pouquinho mais está enterrada na vala comum e derradeira do esquecimento, o cemitério de todos nós. Informações que além de circularem velozmente no tempo e se prolongarem ad infinitum por todo e qualquer espaço, têm o poder de se multiplicar, de se replicar num efeito gremelin a enésima potência. Diante dela, nossa capacidade de analisá-la, de interpretá-la parece estar a cada dia mais impotente. Incapazes de resistir a seu fluxo frenético, a maioria segue seu curso aligeiradamente, apressadamente; impossibilitada que está de parar para tomar uma ar, um fôlego, sob pena de morrer, não por afogamento, mas por atropelamento, pisoteados e deixados para trás no percurso de sua produção, esquecidos na poeira do tempo. Acompanhar seu fluxo é uma sandice, parar diante dele pode significar a possibilidade do fim...fim das certezas, perca da noção de realidade, imersão nos simulacros e seus hipertextos, hiperespaços, hipertempo...e a maioria, como não deseja nem uma coisa nem outra, se entrega a lógica replicante da informação, repetindo-a ad infinitum, tentando imprimir com isso o significado de que está atento a ela, está atualizado, de que ao invés de galopado por ela está a galopá-la, segurando suas rédeas da forma mais firme possível...ledo engano. A informação já lhe domou, ela lhe galopa num mundo de simulacros onde a maioria não consegue mais distinguir ou identificar o que seja o atual, o real e o virtual...tudo se equivale, tudo é mais do mesmo...apenas copiado, curtido, recomendado, compartilhado, retuitado como se estes gestos virtuais, por si mesmos, significassem alguma coisa, exprimissem algum sentido para além da virtualidade que os interpõe e dispõem a um toque do cursor. 
 
            Para quê este introito todo? Para dizer que estou de saco cheio dessas cantilenas ligeiras, apressadas e acríticas que a maioria curte, compartilha ou recomenda, principalmente quando vem travestido de intelectualismo barato, ou melhor, de um internetês itelectualoide tipo: mais dinheiro para educação, não a Belo Monte, abaixo a corrupção, matem a enfermeira, defendam os pandas, pena de morte já (para humanos, sempre para os humanos), salvem os animais, não maltratem os cachorros, afoguem os nordestinos, o Neymar é craque...e por ai vai...não que estas coisas não tenham um fundo de seriedade ou que não mereçam serem discutidas, a questão não é essa. Mas replicá-las, curti-las, compartilhá-las sem ao menos parar para pensar sobre elas é no mínimo cretinice, vigarice intelectual daqueles que assim se acham, e babaquice, idiotice, ignorância daqueles que querem parecer intelectualizados ou descolados...é preciso ruminar, como diria Nietzsche, as coisas, pelo menos para se ter o mínimo de bom senso - algo muito em falta nestes tempos de internet - mesmo que isso signifique, na visão de muitos, a possibilidade do esquecimento e o ridículo de ter ficado para trás...mas, mesmo assim, não é de mais lembrar,  ficar para trás, mas situado no cimo de uma montanha é muito melhor do que se encontrar algumas léguas a frente, na planície, prestes a ser afogado ou tragado por um tsunami...de informações.