O Brasil tem hoje um dos piores jornalismos de todo o mundo, tanto à "esquerda" quanto à "direita". E não precisa se
fazer uma pesquisa científica para se constatar isto. Não. Basta apenas
lermos os nossos jornais mais "renomados", as nossas "revistonas", que
mais parecem panfletos políticos, e assistirmos aos nossos noticiários,
matutinos, vespertinos ou noturnos, da emissora que quisermos, para
constatarmos o óbvio: são mais do mesmo, e todos de péssima qualidade. Pautados pela
cretinice, pelo corporativismo mesquinho e intransigente com o
contraditório, enxergando e defendendo como realidade paupável muito
mais os interesses dos grupos que os controlam do que a própria
realidade que deveriam noticiar.
Promiscuidade, corporativismo,
denuncismo, conservadorismo, reacionarismo, sabotagem, arapongagem,
interesses privados e privatistas, facismo, pedantismo, neoliberalismo,
ódio, preconceito - contra pobre, preto, gay, nordestino, viciados,
estudantes e todo tipo de excluídos. São estes alguns dos "valores
éticos" que constituem nosso atual jornalismo e nossa mídia como um
todo. Nosso país seria bem melhor sem a sua presença, sem a sua diuturna
torcida contra, sem o jogo sujo que seus editores fazem todos os dias, o
dia todo para sabotarem o momento histórico diferenciado que estamos
vivendo. Isto por que são adeptos do quanto pior melhor, melhor para
seus interesses, para a preservação de seus privilégios, de seus lugares
sociais, hoje, profundamente ameaçados, de eternos "donos do poder", de
"senhores da casa grande". Ecoam as vozes de sabujos renitentes que encontram na mídia,
talvez, seu último espaço concreto de poder, seu último bastião, seu
único chão. Chão emporcalhado e vil. Não fosse a internet, já teriam
dado o golpe mais uma vez, por que tentar eles tentam todos os dias (o Paraguai está ai como exemplo).
Não
sou muito a favor dos procedimentos do Zé Dirceu, mas nisto ele tem
razão (leia o que el diz aqui: http://brasil247.com/pt/247/midiatech/61259/Regulamenta%C3%A7%C3%A3o-de-m%C3%ADdia-e-princ%C3%ADpios-constitucionais.htm): a nossa mídia precisa de um marco regulatório urgente. Ela não
pode continuar se achando acima do bem e do mal e, sobretudo, das leis
de nosso país. É preciso destituí-la
daquele lugar a que ela se arvora, a de grande fiscalizadora da coisa
pública e zelosa defensora da moralidade e da ética, o que no seu
discurso, lhe garantiria, essa condição especial de estar acima da lei.
Como historiador e como cidadão, não lembro que, em momento algum de
nossa história, o "povo brasileiro" tenha lhe outorgado este poder ou lhe
conferido esta prerrogativa. Seu papel é noticiar, de forma plural e
democrática, ouvindo todos os lados envolvidos e não de forma
unilateral e antidemocrática como sempre fez. A mídia não é partido
político, por mais que queira se portar como tal. Regulação já.
Nenhum comentário:
Postar um comentário