quinta-feira, 28 de junho de 2012

O ocaso da mídia nacional e sua construção como "partido político" conservador.

             O Brasil tem hoje um dos piores jornalismos de todo o mundo, tanto à "esquerda" quanto à "direita". E não precisa se fazer uma pesquisa científica para se constatar isto. Não. Basta apenas lermos os nossos jornais mais "renomados", as nossas "revistonas", que mais parecem panfletos políticos, e assistirmos aos nossos noticiários, matutinos, vespertinos ou noturnos, da emissora que quisermos, para constatarmos o óbvio: são mais do mesmo, e todos de péssima qualidade. Pautados pela cretinice, pelo corporativismo mesquinho e intransigente com o contraditório, enxergando e defendendo como realidade paupável muito mais os interesses dos grupos que os controlam do que a própria realidade que deveriam noticiar. 
             Promiscuidade, corporativismo, denuncismo, conservadorismo, reacionarismo, sabotagem, arapongagem, interesses privados e privatistas, facismo, pedantismo, neoliberalismo, ódio, preconceito - contra pobre, preto, gay, nordestino, viciados, estudantes e todo tipo de excluídos. São estes alguns dos "valores éticos" que constituem nosso atual jornalismo e nossa mídia como um todo. Nosso país seria bem melhor sem a sua presença, sem a sua diuturna torcida contra, sem o jogo sujo que seus editores fazem todos os dias, o dia todo para sabotarem o momento histórico diferenciado que estamos vivendo. Isto por que são adeptos do quanto pior melhor, melhor para seus interesses, para a preservação de seus privilégios, de seus lugares sociais, hoje, profundamente ameaçados, de eternos "donos do poder", de "senhores da casa grande". Ecoam as vozes de sabujos renitentes que encontram na mídia, talvez, seu último espaço concreto de poder, seu último bastião, seu único chão. Chão emporcalhado e vil. Não fosse a internet, já teriam dado o golpe mais uma vez, por que tentar eles tentam todos os dias (o Paraguai está ai como exemplo).
             Não sou muito a favor dos procedimentos do Zé Dirceu, mas nisto ele tem razão (leia o que el diz aqui: http://brasil247.com/pt/247/midiatech/61259/Regulamenta%C3%A7%C3%A3o-de-m%C3%ADdia-e-princ%C3%ADpios-constitucionais.htm): a nossa mídia precisa de um marco regulatório urgente. Ela não pode continuar se achando acima do bem e do mal e, sobretudo, das leis de nosso país. É preciso destituí-la daquele lugar a que ela se arvora, a de grande fiscalizadora da coisa pública e zelosa defensora da moralidade e da ética, o que no seu discurso, lhe garantiria, essa condição especial de estar acima da lei. Como historiador e como cidadão, não lembro que, em momento algum de nossa história, o "povo brasileiro" tenha lhe outorgado este poder ou lhe  conferido esta prerrogativa. Seu papel é noticiar, de forma plural e democrática, ouvindo todos os lados envolvidos e não de forma unilateral e antidemocrática como sempre fez. A mídia não é partido político, por mais que queira se portar como tal. Regulação já.

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