Não sei se estamos ficando mais violentos, mas certamente a violência contra o outro está se tornando muito mais banal e naturalizada, sendo praticada com uma frieza e sordidez descomunais e com uma constância ou uma visibilidade e publicização muito maior do que em anos atrás. E isto tem se exponenciando de tal maneira neste novo século a ponto de nos deixar perplexos e confusos quanto aos sentimentos que devemos nutrir para com tais práticas e principalmente em relação a seus autores. Barbárie, selvageria, violência, intolerância, desumanidade, crueldade, maldade. Talvez, um pouco de cada uma dessas coisas. Mas, tenho o sentimento de que estas palavras não conseguem mais dizer estes fenômenos que ocorrem no nosso tempo. E quando as palavras começam a se desgastar é sinal de ques tais práticas têm e terão um alcance muito maior do que aqueles que conseguimos supor ou designar com nosso vocabulário carcomido. Sem dúvida, tudo isso é fruto de nossa sociedade, de nossa cultura e de tudo aquilo que ela é capaz de produzir, e neste momento não vejo palavra melhor para descrever nosso horizonte: facismo. Talvez, uma palavra forte demais, mas que parece comportar todas estas práticas, tanto do ponto de vista individual quanto coletivo, que explodem cotidianamente e numa velocidade cada vez mais curta de uma para outra. Infelizmente, os últimos acontecimentos (cracolândia, Pinheirinho, Estupro coletivo na Paraíba etc.) não serão os últims e nem os derradeiros dos mais violentos.
Este espaço tem como objetivo a publicação, divulgação e circulação de alguns experimentos historiográficos, literários, filosóficos, poéticos, jornalísticos, sociológicos, futebolísitcos etc, assim como se apresentar como espaço democrático - no sentido mais amplo desta palavra - para os mais variados assuntos e temas relevantes para a vida em sociedade. Sintam-se a vontade para entrar, ler, postar, comentar, discutir, debater, discordar, divergir, concordar, pensar... Sejam bem vindos.
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