segunda-feira, 30 de julho de 2012

A morte como último ato para eternização do Mito: o Mito Ronaldo...

          Morre Ronaldo Cunha Lima: o último ato para a construção de um mito, o mito fundador de Campina Grande.
         Morreu Ronaldo Cunha Lima. Começa a construção do mito Ronaldo Cunha Lima. Mito fundante e fundador da história recente de Campina Grande. A comoção que ora irmana "campinenses" e "paraibanos", ronaldistas ou maranhistas, cassistas ou ricardistas, venezistas ou ribeiristas, como se diferenças políticas não houvesse. Mas, este é apenas um dos tijolos que palmilham a construção do mito Ronaldo. Como o será, também, o velório sob a pirâmide, lócus fundante da Campina contemporânea, marco fundador da cidade festiva, cosmopolita inventada pela estratégia política posta em ação no mandato de Ronaldo em 1982. Um lócus que ao mesmo tempo que cristaliza este marco fundador, se coloca também como espaço aberto para receber "toda a cidade" em comoção para velar o "pai" do Maior São João do Mundo, a festa que é sua encarnação e carnação do mito da cidade Grande, do qual Ronaldo sempre se colocou como um dos principais artífices, senão o pai fundador, em especial na sua versão festiva. É mais uma forma de ligar Ronaldo ao parque,  mas não só a ele e sim, também, de forma definitiva, ao Maior São João do Mundo e a própria cidade, a medida que a pirâmide e Parque tornaram-se seu mausoléu na memória coletiva e histórica da própria cidade. 
          Contribui também para a formação do mito o próprio momento de sua morte, ao final do período junino e princípio da campanha política para prefeito e vereador deste ano. Um mito que fecha um ciclo e inicia um outro. Um mito que certamente será usado em proveito da candidatura Cunha Lima para a prefeitura de Campina Grande, um mito que emerge num momento fundamental do cenário político paraibano, onde as oligarquias locais, em especial a Cunha Lima, encontram-se alijadas dos centros decisórios do poder local e estadual. É a construção de um mito com forte apelo político, uma peça da estratégia Cunha Lima para a manutenção dos seus lugares de poder pelos próximos anos em Campina Grande e na Paraíba. É neste sentido que vai ser construída a eternidade de poeta para Ronaldo...Um poeta que se eterniza não pela palavra, mas pelas ações da sua linhagem em busca da manutenção do poder político local e estadual.

Nenhum comentário:

Postar um comentário