quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A ENFERMEIRA, UM CACHORRO E A BARBÁRIE DA SELVAGEM HUMANIDADE PÓS-MODERNA...

           Dizem que a humanidade está em processo evolutivo desde o seu surgimento a milhões de anos em algum lugar de nosso planeta. No entanto, desconfio que esta evolução vem se dirijindo para o que há de pior em nossa espécie: a barbárie, a selvageria, o conservadorismo, o autoritarismo, a negação do outro, a busca desenfreada pela sua eliminação, a intolerância, o preconceito, a tirania, a mesquinharia. E isto se explicita de forma cada vez mais voraz e explita nestes tempo de Facebook e Twitter, onde correntes e mais correntes se disseminam e se formam numa velocidade exponencial pregando as mais atrozes barbáries. A mais recente: a caça a "enfermeira assassina de cãezinhos desprotegidos", uma verdadeira caça as bruxas virtual, com todos os requintes de crueldade, de vontade de justiçamento pelas próprias mãos, que mal esconde a barbárie e a selvageria renitente nos modernos seres humanos de nosso tempo. 
             Prega-se a eliminação da enfermeira como o grande monstro de nosso tempo, uma desumana, uma não humana, tão menos humana que o cão que ela assassinou. Ironia da nossa sociedade, que humaniza nossos animais de estimação conferindo-lhes regras e direitos humanos no mesmo passo que nos desumanizamos, nos animalizamos na barbárie da negação do outro, na busca pela eliminação da diferença, na intolerância diante daqueles que são da mesma espécie. Toleramos nossos animais domésticos como quase humanos, mas a cada dia mais não suportamos conviver com o outro humano como nós, pedimos pela sua eliminação - morte a enfermeira, apedrejem-na, esquarteje-na, afinal ela atingiu, feriu, matou o que de mais humano existe em nós hoje, nossos animais de estimação e a devoção humanística que nutrimos por eles, nossos "fieis compamnheiros" - explicitando a nossa intolerância diante de uma das coisas que nos faz humanos, a nossa animalidade, a ira, o descontrole, não toleramos a humanidade em nós, não toleramos o humano em nós. Por isto, talvez, estamos evoluindo tão rápido, na mesma velocidade em que as redes sociais se disseminam no espaço virtual, em direção a animalidade, a barbárie, a selvageria. Talvez assim, quando nos desumanizarmos por completo possamos conviver como os animais que somos. 
            As redes sociais tão em moda no nosso tempo vem, com estes acontecimentos, explicitando aquilo que há de mais mesquinho, de mais comezinho em nós. Aquelas verdades mais intimas aparecem cada dia mais e mais em público, sem nenhum pudor ou vergonha, alimentada em corrente, em rede: a vontade de eliminar o outro, de destruí-lo, de masserá-lo, de exterminá-lo, mas sempre em nome da justiça, da boa causa, da causa dos animais, do meio ambiente e cada vez menos dos humanos que deveriamos nos tornar.

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