quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O FACISMO DO SER "CULT".

       O conservadorismo, o preconceito, o facismo avançam de forma cada vez mais acintosa pelas redes sociais, quase sempre travestido de um ar de inteligência e intelectualidade, resguardado na suposta autoridade de alguns que se julgam "cult" e que propagandeiam ser "cult" seguir suas ideias, compartilhar seu pensamento. Querendo se mostrar "cult", boa parte dos integrantes de redes sociais como o facebook e o twitter acabam fazendo-lhes coro e reproduzindo pelo modismo do "cult" o preconceito, o facismo, o conservadorismo contra todo tipo de minorias. Sem questionamentos, sem problematização, apenas como um rebanho que se deixa guiar. É preciso ficar atento, sempre a espreita para não cairmos na armadilha do facismo travestido de inteligência, do conservadorismo fantasiado de autoridade, do preconceito mascarado do/e discurso autorizado.

4 comentários:

  1. Circulo há bastante tempo por redes sociais de diversos tipos e pelo o que observo, o ser supostamente "cult" vai bem além do que foi comentado por ti. Basta prestar um pouco mais de atenção nos ataques psicológicos feitos por pessoas que acreditam que o que falam seja verdade e em termos até pode ser, mas é a sua verdade, aquela na qual ele acredita e não uma generalizada, porém muitos hipocritamente concordam e aceitam de forma alienada e é justamente aí onde entra o não questionamento que tu comentaste. Normalmente, pessoas conservadoras não possuem o hábito de questionar o que lhe é oferecido e isso pode ser visto, por exemplo, quando se segue as tendências da moda. Algo pode ser ridículo, mas as pessoas usam pelo simples fato de estar ‘na moda’. Realmente concordo quando dizes que precisamos ficar atentos ao que nos é oferecido pelo atual vasto mundo das informações, independente pela qual forma de propagação ela chegue até nós, pois o “Cult” (que muitas vezes é o que podemos chamar de troll) não se encontra apenas nas redes socias, mas ao nosso redor distorcendo nossos pontos de vista e relacionando a inúmeros tipos de preconceitos que diariamente vemos.

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  2. Tens razão "o facismo do cult" não se encontra apenas nas redes sociais, mas está disseminado por toda a sociedade, nas formas as mais diversas. No entanto, em tempos de redes sociais, de internet ele vem se disseminando de forma cada vez mais exponencial, atingindo círculos que até então não conseguia alcançar...são estas quebras de fronteiras que observo agora, ou seja, aquilo que até pouco tempo atrás se restringia a algumas salas de jantares e a alguns círculos de amizade, hoje, via internet, vem se tornando algo "democratizado" e "democratizando" o facismo e o conservadorismo como estilo de vida "cult".

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  3. Até bem pouco tempo, "cult" era gostar de Los Hermanos... agora, o "cult" - e "cool" é odiar Los Hermanos! Nas redes sociais, os "cults" reclamam da "orkutização" do twitter, Facebook e, mais recentemente, do Instagram. Viste bem, é um certo fascismo do "cult"... quanto à "orkutização", essa "invasão bárbara" dos tempos de internet, tenho lido uma revista de História bastante interessante, que trata das invasões bárbaras e da queda do Império Romano. Creio que dá para traçar um paralelo bem instigante entre os fatos e percebermos um padrão se repetindo, desde aqueles tempos até hoje, em todos os campos... muito bom texto!

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    1. Caro Victor, tens razão...quem se julga ou de diz "cult", em grande medida se ver como superior, como melhor em relação aos outros, a maioria, a plebe, a ralé, ao populacho, às massas, aos bárbaros, aos incivilizados, aos incultos...mas, seu desprezo por estes é de outro tipo, diferente dos romanos, vai além das questões de um pertencimento territorial, por mais que esta dimensão esteja contemplada, e passa, sobretudo, pela cosntrução de uma subjetividade facista onde a condição de ser diferente, porque supostamente superior, melhor, só é possível pela negação ou eliminação do outro. O ser "cult" só é possível a uma pequena casta, a um pequeno grupo, a uma minoria seleta, jamais a um povo como um todo - romanos, gregos, brasileiros (muito menos).

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